O amor, um clichê.

Inspirei-me para escrever esse texto enquanto lia a primeira crônica do livro "Non-stop" de Martha Medeiros, "Ponto G".

Não sei dizer quando, exatamente, as pessoas se tornaram tão fechadas, nem o porquê dessa mudança. Muitos de nós insistimos em negar, porem a realidade é que, quando se trata de sentimentos, nós queremos ser clichês.
Atualmente, acho que as coisas são tão casuais que as pessoas esquecem o que há (ou deveria haver) por trás de toda essa casualidade: paixão, ou melhor, amor e, pra ser ainda mais precisa, palavras. As pessoas esquecem de dizer o que sentem, ou fingem não sentir pra não terem que dizer, ou não sentem e não dizem. Não sei bem qual é o problema, mas algo com certeza está errado.
Desde quando Vinícius de Moraes é brega? E Chico Buarque? Não sei que mundo é esse em que as pessoas esquecem de viver os relacionamentos. Pode não parecer, mas as palavras possuem um poder indescritível sobre os seres humanos. Todos nós queremos ouvir. Não falo de declarações eloquentes e exageradas, falo do simples, do singelo e, principalmente, do verdadeiro.
Chega, quase, a ser racional só falar do que se sente verdadeiramente, contanto que sinta algo e que expresse...
Acho o medo do clichê normal. Eu mesma não gosto de ser clichê (embora seja uma das pessoas mais clichês que conheço), porem o amor não tem disso. No amor não se deve ter medo de ser piegas, ridículo. Já dizia Cazuza "o amor é o ridículo da vida". E termino esse texto citando uma frase do filme "De repente é amor" que diz que "se você não está disposto a parecer ridículo, você não merece estar apaixonado".


Recomendações
Para ler: Martha Medeiros
Para ouvir: Chico Buarque - O meu amor
Para assistir: De repente é amor

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