A surpresa II

Quando entrou na sala de aula, ainda tensa por não saber com quem se socializaria, encontrou uma das poucas amizades que cultivava: uma menina discreta, porem interessante e divertida. Imediatamente, posicionou-se ao lado dela e as duas começaram a partilhar experiências vividas nas férias.
Poucos minutos depois, ele entrou porta adentro e ela foi incapaz de não olhar, sequer de disfaçar o olhar. Agora os óculos estavam guardados, não havia como esconder. Imediatamente, indiscreta que é, ela parou de falar. "Como assim ele vai estudar comigo?", ela pensou. Sua amiga, percebendo que algo estranho estava acontecendo, tentou arrancar dela o que havia e as duas começaram a comentar em volume inaudível sobre o assunto.
Foi nesse momento que ele sentou-se á mesa. Ela prometeu a si mesma que, desta vez, não cometeria o mesmo erro e continuou os comentários, como se não se importasse.
A amiga, agora estando ciente de parte da situação, levantou-se e falou com ele cheia de más intenções, enquanto ela não conseguia disfarçar o olhar de surpresa por ele estar ali.
Logo que a professora começou a falar, ela virou-se para a mesma e nada mais ao seu redor importava. Aquela não era uma professora qualquer: a mesma já a tinha aterrorizado, por isso, nada poderia chamar mais sua atenção do que o conteúdo a ser estudado.
No fim da aula, arrumou as coisas rapidamente e saiu. Tinha coisas urgentes a resolver.

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