Quase todos os dias eram a mesma coisa: ele não tinha tanto tempo para se arrumar. Mesmo assim, ele escolhia alguma de suas blusas destinadas a serem usadas na faculdade e simplesmente ia. O cabelo arrumado de algum jeito, rosto ainda molhado, calça jeans.
Estava ele sentado em um banco qualquer com seus amigos a quem divertia gratuitamente. A aula começaria em breve, mas valia a pena cada segundo de espera, já que de todos ele era o menos interessado em ir as aulas, ele não precisava. Era quase como se o seu conhecimento fosse suficiente.
Enquanto ele compartilhava com os demais uma das situações engraçadas de seu cotidiano, ele a viu. Não ficou sem fala, já que sua descrição não o permite cometer erros, mas parou para olhar. Os mais atentos puderam perceber sua mudança.
Ele a olhou esperando que ela devolvesse o olhar, mas era impossível ter certeza se ela estava olhando, as lentes atrapalhavam. Na dúvida, sua timidez o fez virar o rosto e, sorrindo, continuar contando a história, como se nada tivesse acontecido.
Mas algo o prendia a visão da menina que passou tão timida por ele. Os cabelos ao vento, os olhos indecifráveis e o seu caminhar discreto, ou não tão discreto, considerando que ele não foi o único a olhar.
De qualquer forma, nem ele mesmo sabia o que sentir. Só sabia que gostava de olhá-la.
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quer me conhecer?

- Pamella Caula
- nascida no dia 16 de julho de 1990, em fortaleza, pode ser definida de diversas formas estando algumas delas citadas a seguir: 1. pessoa afeita a extremos e hipérboles. 2. em constante mutação. 3. transparente. - "nem tente entender essa menina que acredita em destino, que não sabe se quer isso, aquilo ou tudojunto"
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